Compositor: Howard / Shore
Para além das nebulosas montanhas frias
Adentrando cavernas, calabouços cravados
Devemos partir antes de o Sol surgir
Em busca do pálido ouro encantado
Operavam encantos anões de outrora
Ao som de martelo qual sino a soar
Na profundeza onde dorme a incerteza
Em antros vazios sob penhascos do mar
Para o antigo rei e seu elfo senhor
Criaram tesouros de grã nomeada
As Pedras plasmaram e luz captaram
Prendendo-a nas gemas do punho da espada
Em colares de Prata eles juntaram
Estrelas floridas fizeram corôas
De fogo dragão e no mesmo cordão
Fundiram a luz do Sol e da Lua
Para além das nebulosas montanhas frias
Adentrando cavernas calabouços perdidos
Devemos partir antes de o Sol surgir
Buscando tesouros há muito esquecidos
Para seu uso taças foram talhadas
E harpas de ouro, onde ninguém mora
Jazeram perdidas e suas cantigas
Por homens e elfos não foram ouvidas
Zumbiram pinheiros sobre a montanha
Uivaram os ventos em noites azuis
O fogo vermelho queimava parelho
As árvores como tochas em fachos de luz
Tocaram os sinos chovendo no vale
Erguiam-se pálidos rostos ansiosos
Irado o dragão feroz se insurgira
Arrasando casas e torres formosas
Sob a luz da Lua furavam montanhas
Os anões ouviram a marcha final
Fugiram do abrigo achando o inimigo
E sob seus pés a morte ao luar
O mundo jovem, as montanhas verdes
E limpa era da Lua a fronte
Sem peia pedra e rio então
Vagava Durin na solidão
A monte e vale nomes deu
De fonte nova ele bebeu
No Lago-espelho, foi se olhar
E viu um diadema estelar
Gemas em linha prateada
Sobre a fronte ensombreada
O mundo é cinza, as montanhas velhas
Da forja o fogo em cinza insonte
Sem som de harpa ou martelada
No lar de Durin, sombra e nada
Sobre a tumba raio nenhum
Em Moria, em Khazad-dûm
Mas inda há estrela que reluz
No Lago-espelho, sem vento e luz
A sua coroa no lago fundo
E Durin dorme sono profundo
Para além das nebulosas montanhas sinistras
Adentrando cavernas calabouços perdidos
Devemos partir antes de o Sol surgir
Buscando tesouros há muito esquecidos!
Para além das nebulosas montanhas frias
Adentrando cavernas calabouços perdidos
Para além das nebulosas montanhas frias
Adentrando cavernas calabouços perdidos
Devemos partir antes de o Sol surgir
Buscando tesouros há muito esquecidos
No campo ressecado vento havia
Mas na floresta nada se movia
Trevas soturnas, diurnas, noturnas
Coisas turvas o calor escondia
O vento desceu das montanhas geladas
Rugindo em ondas como mar agitado
Os ramos fremiam, a floresta bramia
De folhas o chão estava forrado
De Oeste para Leste o vento em festa
Cessara o movimento na floresta
Mas aguda e fatal, pelo pantanal
Sua voz sibilante uiva e protesta
Assobia o capim curvando as flores
Batem os juncos, seguem-se
Temores sobre o lago agitado um céu calado
Nuvens correndo rasgadas e horrores
As desertas montanhas lá se vão
Varre ele agora a toca do dragão
Trevas e negrume, pedras em cardume
Fumaça impregna o ar de escuridão
Deixa o mundo e sua fuga continua
Sobre os mares da noite ele recua
Ao som doce da brisa a Lua desliza
Acende-se uma estrela e a luz flutua
Sob a Montanha alta e sombria
De novo o Rei em seu trono está!
Morto o inimigo, o Dragão do Perigo
E sempre assim o mal tombará!
Cortante é a espada, comprida, a lança
Rápida, a flecha, forte, o portão!
Nem teme agouro quem busca seu ouro
Nossos anões justiça terão
Operavam encantos anões de outrora
Ao som de martelo qual sino a soar
Na profundeza onde dorme a incerteza
Em antros vazios sob penhascos do mar
Em colares de prata eles juntaram
A luz das estrelas, em coroas penduraram
O dragão de fogo, de fio
Das harpas, melodia tiraram
O rei da Montanha de novo domina!
Ó vós que passais, ouvi seu clamor!
Vamos correr! Não há tempo a perder!
De amigo e parente o rei quer dispor
Pelas montanhas gritemos todos
Vamos voltar para o nosso tesouro!
Eis ao Portão o rei de plantão
Suas mãos cheias de gemas e ouro
Sob a Montanha alta e sombria
De novo o rei em seu trono está!
Morto o inimigo, o Dragão do Perigo
E sempre assim o mal tombará
Adeus vamos dar à casa e ao lar!
Pode chover e pode ventar
Vamos embora antes da aurora
Mata e montanha atrás vão ficar
A Valfenda vamos, onde elfos encontramos
Em descampados e por entre ramos
Por trechos desertos seguimos espertos
O que vem depois nós não divisamos
Na frente o inimigo, atrás o perigo
Dormindo ao relento, o céu por abrigo
Até que por sina a dureza termina
Finda a jornada, cumprido o castigo
Vamos embora! Vamos embora!
Vamos partir antes da aurora!